“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue
não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
(Jo 8.12)
Continuando o giro, o iluminismo (filosofia das luzes) foi um movimento intelectual difundido, principalmente, na Inglaterra e na França (sec. XVIII), em defesa das liberdades: Livre expressão, educação, divisão dos poderes, igualdade jurídica e governo representativo. Em consequência das transformações promovidas pelo parlamento na Inglaterra, o movimento iluminista surgiu após o absolutismo monárquico, sendo o berço do desenvolvimento do Estado Liberal: Três poderes distintos, Executivo, Legislativo e Judiciário. O ideal iluminista era a edificação de uma sociedade voltada às necessidades do povo, "livre das algemas”, de forma que o Estado Liberal, tal como foi concebido no sec. XVIII, influência os textos constitucionais até os dias de hoje: Três poderes independentes e harmônicos.
O movimento iluminista refere-se a razão, capacidade da mente humana em conhecer, compreender e julgar, chegando a conclusões a partir das premissas. A razão opera nos campos da abstração, coerência, contradição e solução dos problemas, entre outros. Como instrumento capaz de promover a crítica das questões que envolviam a sociedade, os iluministas tinham por princípio básico o pensamento racionalista, tudo era submetido à autoridade da razão. Entre as diversas personalidades de formação iluminista, destaca-se o jurista francês Charles de Secondat Montesquieu (1689-1755), autor da obra “O espírito das leis”: “a lei é natural dos seres, própria deles”. Montesquieu defendia a separação entre poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário), antes concentrados na pessoa do rei. Segundo o autor, legislar e julgar, é igual a autoritarismo, e com a separação entre poderes evitar-se-ia os abusos por parte dos governantes: As liberdades individuais estariam protegidas.
“E tudo estaria perdido se uma mesma pessoa – ou a mesma instituição do Estado – exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de ordenar a sua execução e o de julgar os conflitos entre os cidadãos.” (Adaptado de “L’esprit de lois”, 1748).
Se não fosse à influência das religiões e da natureza decaída do ser humano, acredita-se que a fórmula do Estado Liberal, segundo a concepção de Montesquieu, até hoje, foi a solução mais equilibrada para os problemas recorrentes das sociedades. Entretanto, a idolatria do povo e a perversidade e a opressão dos governantes têm sido, através dos séculos, os obstáculos aos avanços políticos, econômicos e sociais. Há coisas que extrapolam os limites da razão, os limites da ciência, mas sempre haverá espaço, além das filosofias e das religiões, para o desenvolvimento da fé cristã. Diria o dramaturgo inglês William Shakespeare: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia”, (trecho da peça Hamlet - Tragédia da Dúvida).
Quando se fala de espaços além das filosofias e das religiões, refere-se à ampliação dos espaços para o desenvolvimento da fé Cristã, Jesus Cristo, a luz do mundo. (Jo 8.12). Assim, volta-se à sensatez, a confiança e a coerência de atitudes que edificam.
“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue
não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
(Jo 8.12)
Constata-se que os seguidores de Jesus se multiplicam pelo mundo em progressão geométrica. Alerta-se para que não sejam iguais aos seguidores do “Twitter”, mas, sim, seguidores aliançados com Deus, transformados no entendimento e mente, segundo o reflexo da imagem de Cristo. Transformação interior (de dentro para fora), através da ação do Espírito Santo. (Jr 31.33)
“Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR:
porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus,
e eles serão o meu povo.”
(Jr 31.33)
Segue uma reflexão sobre o que se entende por um seguidor de Jesus.
“A apropriação do Reino de Deus é uma decisão pessoal de caminhar refletindo a imagem de Jesus, vencendo a inclinação natural ao pecado. Os ingredientes necessários para que a Palavra de Deus germine, cresça e frutifique são: Solo fértil do coração e genuíno arrependimento. O fruto será resultado do caráter moldado segundo o amor de Deus, a graça do Senhor Jesus Cristo e a comunhão do Espírito Santo." (Extraído do livro, Cristologia ao seu Alcance, 2010).
Certamente que você não é Shakespeare, mas crê. A pergunta que não quer se calar: “Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR?” (Gn 18.14)
Não precisa responder, mas “FAZ-ME RIR”.
Somos justiça de Deus, em Cristo
Manoel Lúcio da Silva Neto é mestre em Engenharia de Produção (Mídia e Conhecimento), autor do livro, Cristologia ao seu Alcance, 2010.