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O médico,

e o monstro

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        ​"Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR."

(Dt 6.4)

             

  Vários teóricos elaboraram argumentos em defesa do absolutismo monárquico, durante a História da humanidade, tentando explicar a grande concentração de poder nas mãos do rei, em detrimento da sociedade. Entre eles, Thomas Hobbes (1588-1679) e Jacques Bossuet (1627-1704). Thomas Hobbes (filósofo), autor do livro “Leviatã”, argumentou em defesa da supremacia do Estado, defendeu o endurecimento e a força do governo: O poder total do rei e obediência cega dos súditos. Segundo Thomas Hobbes o “estado da natureza” é a “Guerra de todos contra todos”. O Estado foi comparado a um “monstro poderoso”, associado à figura bíblica do dragão. Segundo Thomas Hobbes, o Estado foi criado para acabar com a desordem e insegurança da sociedade.

     A teoria de Jacques Bossuet (1627-1704) trouxe outro argumento em defesa do absolutismo. O filósofo defendeu a origem divina do poder conferido ao rei, assim, não precisava justificar suas atitudes, pois estava acima de todos. Foi o apogeu do absolutismo cujo lema foi sintetizado na frase de Jacques Bossuet: “Um rei, uma fé, uma lei”.

    Comparando a sociedade da época com o funcionamento do corpo humano, sistema “aberto”, o rei era a cabeça (cérebro) do sistema e os súditos, membros do corpo. Porém, com o poder absoluto nas mãos do rei, abandonou-se a concepção que os interesses do Estado e os interesses do povo se complementam. Com isso, o  poder da realeza passou a ser duramente combatido pela sociedade, principalmente, pelos grupos dos comerciantes e proprietários rurais. Ficou evidente uma disfunção neurológica entre o pensamento do governo e as necessidades do povo, o impacto da cabeça do sistema absoluto sobre o corpo (súditos). O diagnóstico clínico: "Entropia do absolutismo monárquico” (tendência do sistema ao desgaste, desintegração e afrouxamento dos padrões, em favor da abertura). Então, a solução foi importar energia do ambiente, das classes sociais emergentes, em especial da burguesia, para compensar as tendências entrópicas do absolutismo monárquico. O remédio: "Homeostasia da monarquia" (busca de adaptar o sistema para alcançar equilíbrio interno, em face das mudanças do ambiente). A dose do medicamento: "  O parlamento  (1 (um) comprimido de 6 (seis) em 6 (seis) horas". Iniciou-se um processo de transformação, e o sistema evoluiu para uma monarquia parlamentar, segundo padrões mais flexíveis, visando atender às necessidades do povo. Em alguns países a monarquia evoluiu para outras formas de governo representativas da sociedade. Limitou-se o poder absoluto do rei, ao mesmo tempo que atendeu-se aos interesses políticos, econômicos e sociais da realeza. A forma encontrada para compensar a perda dos poderes da monarquia.

   Feito essa analogia do absolutismo monárquico com o corpo humano, sistema aberto que troca energia com o ambiente, passa-se analisar as possíveis causas da entropia dos sistemas absolutistas. Começando com pedidos de desculpas aos filósofos, compromissados em ir no mais fundo das indagações humanas. Entretanto, o nosso compromisso é com os argumentos da Bíblia Sagrada: O livro do princípio, Gênesis:

            "No princípio, criou Deus os céus e a terra.” 

(Gn 1.1)​

     Deus existiu antes do princípio de todas as coisas (Eternidade de Deus), atributo exclusivo da Divindade. Deus é o Criador do universo, e tudo que nele existe. Não tem princípio, nem fim, Deus é Único. Abre-se parêntesis para explicar que o dragão, “monstro poderoso”, que inspirou a obra “Leviatã” de Thomas Hobbes (1588-1679), está incluído na criação de Deus. Portanto, também está sob o domínio de Deus. O homem foi criado para dominar sobre os demais seres, não para ser dominado, conforme sugere o argumento do filósofo Thomas Hobbes. Bastam estes argumentos para explicar a tendência entrópica dos sistemas absolutistas: O homem é a criação máxima de Deus. ​

        “Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.

(Gn 1.21)

          ​“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”

(Gn 1.26)​

       O "fim da lei é Cristo" (Rm 10.4). Portanto, não é obediência cega ao rei, mas obediência segundo os ensinamentos de Jesus Cristo: “Rei dos reis”, “Senhor dos senhores”, “Médico dos médicos”, e assim por diante. Não tem menor cabimento a frase de Jacques Bossuet: “Um rei, uma fé, uma lei”. Pois, o ponto de inflexão na curva descendente do absolutismo monárquico. (Dt 6.4)

         ​"Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR." 

(Dt 6.4)

          "SENHOR" é um dos nomes de Deus, no  Antigo Testamento, significa Deus Auto Existente que se revela a si próprio. Deus sempre existiu e aceitou revelar-se ao homem como Deus Redentor (Jesus Cristo) - O Plano de Deus para Salvação em Jesus Cristo.

          Segue uma explicação da preferência pelo uso da expressão: “atributos exclusivos da divindade”, ao invés da expressão normalmente utilizada nos livros de teologia: “atributos incomunicáveis da divindade”. O termo “incomunicáveis” poderia sugerir algum resquício de religiosidade (crença num Deus distante que não se relaciona com o homem).

           Concluindo, Jesus Cristo é o argumento da Eternidade, Onipotência, Onipresença, Imutabilidade ...

 

Somos justiça de Deus, em Cristo.

Manoel Lúcio da Silva Neto é mestre em Engenharia de Produção (Mídia e Conhecimento), e autor do livro Cristologia ao seu Alcance, 2010.

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