“Foi para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a jugo de escravidão.”
(Gl 5.1)
Lei, traduzida do hebraico “tohráh”, tem significado de instrução e ensino. Chamados de Pentateuco, ou de "os cinco rolos", os cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) foram escritos por Moisés, por isso, também é chamado de “livro da lei de Moisés”. No tocante ao processo de formulação de uma lei, analogicamente à regra jurídica vigente no Brasil, coube a Deus a iniciativa da“tohráh” (lei).
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para repreensão, para correção e para a
instrução na justiça.”
(2 Tm 3.16)
A “tohráh”, consistindo de 613 (seiscentos e treze) mandamentos, é um conjunto de leis, morais e éticas, abrangendo desde a maneira de se relacionar com Deus, e com o próximo, até a maneira de se vestir. Observando que as profecias sobre a vinda de Jesus Cristo, revelação do Plano de Deus para Salvação em Jesus Cristo, são baseadas nas promessas da “tohráh”, exemplo das seguintes passagens bíblicas: A profecia messiânica sobre a vinda de Jesus (Gn 3.15), revelando o Plano de Deus para Salvação em Jesus Cristo; e o chamado de Abrão (Gn 12.3), revelando o IDE de Jesus.
“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela;
este lhe ferirá a cabeça e você lhe ferirás o calcanhar.”
(Gn 3.15)
“... e em ti serão benditas todas as famílias da terra."
(Gn 12.3)
"O Plano de Deus para Salvação em Jesus Cristo iniciou logo depois do pecado de Adão, na aliança firmada com Deus. A primeira profecia apontando para Jesus, e para cruz de Cristo está registrada em Gn 3.15, “o nome Jesus significa “O Senhor Salva”, e o nome Cristo equivale ao termo hebraico, Messias, significando, Ungido". (Extraído do livro Cristologia ao seu Alcance, 2010)
Segundo a regra jurídica vigente no Brasil (plano do tribunal humano), lei é um conjunto de normas reguladoras das relações humanas que liga os acontecimentos aos direitos das pessoas. Em sentido amplo, a lei (do verbo latim “ligare” significando “aquilo que liga”), abrange as normas e os costumes. As leis podem ou não serem escritas. No direito brasileiro as normas reguladoras são classificadas segundo a seguinte escala de gradação: Constituição Federal (lei maior do Brasil), emenda constitucional, tratados internacionais, lei complementar, lei específica, lei ordinária, medida provisória, lei delegada, etc... O processo de formulação de uma lei consiste de várias fases, desde a iniciativa, discussão, votação, aprovação, sanção, promulgação, publicação e vigência da lei.
Segundo o princípio da publicidade, “Não se pode escusar de cumprir a lei alegando falta de conhecimento”, sendo esse um preceito legal do mundo civilizado. Agora, trazendo toda essa discussão sobre lei para o Novo Testamento, insere-se o conceito da graça (Jesus Cristo).
“A graça do Senhor Jesus Cristo é reflexo da transformação interior do entendimento e mente humana,
assim, o pecado não tem mais domínio sobre nós.”
(Extraído do livro, Cristologia ao seu Alcance, 2010)
No Velho Testamento (Antiga Aliança) a lei definia os pecados, mas não tinha como purificá-los. Enquanto no Novo Testamento (Nova Aliança) o sangue de Jesus Cristo vertido na cruz nos purifica de todos os pecados. A seguir faz-se uma analogia entre a regra jurídica vigente no Brasil (plano do tribunal humano), com o Plano de Deus para Salvação em Jesus Cristo. Tornando mais claro o entendimento sobre a justificação pela fé em Jesus Cristo.
“Compara-se a justificação pela fé em Jesus Cristo com o plano do tribunal humano. Começando por Adão, criado imagem e conforme semelhança de Deus, o homem pecou pela desobediência, fazendo-se culpado (Gn 3.1-24). Adão perdeu a comunhão, se afastou de Deus, sobrevindo-lhe condenação. Através do seu pecado, Adão enxergou a nudez, sentiu medo e escondeu-se de Deus (Gn 3.10). O pecado trouxe culpa, separando o homem de Deus, a criatura perdeu a comunhão com o Criador, vindo, então, a separação e condenação (expulsão do paraíso) (Gn 3.22-24). Essa linha do pecado, fazendo que todos sejam culpados diante de Deus (Rm 3.23), é comparada ao plano do tribunal humano (culpa, separação e condenação). Contudo, a justificação pela fé em Jesus Cristo remove a condenação através do perdão dos pecados, remove a culpa através da justiça de Deus, e restabelece a comunhão por meio de Jesus. A justificação do “ladrão” da cruz é um exemplo bíblico. (Lc 23.39-43).”
(Extraído do livro Cristologia ao seu Alcance, 2010)
A confissão em Jesus Cristo, único e suficiente Salvador, vem em primeiro lugar, aceitando o sacrifício de Jesus. Questão de fé. Depois da confissão em Jesus vem o reconhecimento de entroniza-lo como prática de vida, refletindo Jesus em todos os seus ensinos.
“Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões - pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar em lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza da sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus."
(Ef 2. 4-8)
A seguinte reflexão sobre como se processo a transformação do entendimento e mente humana.
"Os fariseus, os religiosos do tempo de Jesus, se pautavam na lei de Moisés. Entretanto, Jesus falou-lhes de um reino espiritual, cuja visibilidade reflete seus ensinos. Falou da transformação do entendimento e mente humana, segundo um processo interior (de dentro para fora), pela ação do Espírito Santo. O processo inicia com a confissão de fé em Jesus Cristo, o único e suficiente Salvador, e a medida que se internaliza e reproduz a Palavra de Deus, acontece a transformação. O filho de Deus (Jo 1.12), sendo edificado para habitação de Deus no Espírito, expondo-se as pregações e ensinos na sã doutrina da Palavra de Deus, produz a fé no coração e tem a vida transformada, em testemunho de vitória de Cristo."
(Extraído do livro Cristologia ao seu Alcance, 2010)
A graça de Jesus trará a consciência viva de que o seu direito começa onde termina o direito do outro, e vice-versa. Assim, ainda que façam você andar segundo a lei, ande na graça de Jesus, sabendo que você é justiça de Deus, em Cristo Jesus.
Somos justiça de Deus, em Cristo.
Manoel Lúcio da Silva Neto é mestre em Engenharia de Produção (Mídia e Conhecimento), e autor do livro Cristologia ao seu Alcance, 2010.