“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”
(Gn 1.26)
As pessoas, atentas à realidade da vida, asseveram que os princípios morais e éticos são práticas esquecidas no tempo, se igualando ao discurso de época de campanha eleitoral, sonantes com a realidade, mas momentâneos como uma crônica, eternizando um momento da vida cotidiana. Fato que influencia negativamente a perspectiva e a confiança das pessoas, seja em relação a si próprio, seja em relação ao próximo, consequência do distanciamento entre a teoria e a prática, o falar e o fazer. Não esta se dizendo que os princípios morais e éticos não sejam ensinados, pelo contrário, a mensagem do Evangelho de Jesus, baseada no mandamento do amor, é um exemplo. A mensagem do Evangelho ultrapassa fronteiras, alcançando, mais e mais pessoas. O avanço do Evangelho deve-se, principalmente, à revolução científica e tecnológica em curso, ampliando os horizontes da difusão da informação. Todavia, ainda observa-se um profundo abismo entre a velocidade de propagação da informação, e os resultados almejados pela sociedade: A prática dos princípios morais e éticos.
Em consequência desse abismo vem a descrença das pessoas, ocupando os vazios da mente. É temerário, em todos os sentidos. O vazio das mentes é facilmente percebido pelo aumento dos índices da criminalidade, das drogas e outros males das sociedades. Considerando que seja irreversível o processo de transformação das sociedades, consequência da globalização, dos avanços tecnológicos e da explosão das comunicações; pergunta-se: Como atuar no problema do abismo existente entre a velocidade de propagação da informação, e os resultados almejados pela sociedade: Os princípios morais e éticos?
A resposta é desafiante: A proposta é a revolução do ensino, tão abrangente quanto à revolução científica e tecnológica em curso, incluindo a utilização de métodos que estimulem a mente dos indivíduos a captar e reter os ensinos, e posterior aplicação (prática); semelhante ao método de ensino de Jesus, flexível e iterativo com o ambiente e a cultura de cada lugar. A tônica do método seria a criação de situações de aprendizagem motivadoras, baseadas nas tecnologias emergentes, e na conscientização crítica dos indivíduos. Nesse contexto, o paradigma do ensino como simples transmissão do conhecimento (Quem sabe, também, sabe ensinar), o modelo francês napoleônico está esgotado.
O principal objetivo do novo paradigma de ensino seria fazer os indivíduos perceber as relações com o ambiente, desenvolvendo as habilidades necessárias à construção e a comunicação do conhecimento, a partir das suas experiências pessoais. Acredita-se que assim seria possível emparelhar a velocidade de propagação da informação com a prática dos princípios morais e éticos, conferindo valor estratégico à informação.
Sugere-se como solução ao problema do abismo existente entre a velocidade de propagação da informação e a prática dos princípios morais e éticos, uma revolução do ensino paralela à revolução científica e tecnológica já em curso. Porém, é importante não perder de vista que o centro da revolução do ensino é o homem, o todo. As partes são a globalização, as tecnologias e as comunicações. Seria um erro fatal considerar que a soma das partes seja maior que o todo, contrapondo-se a visão sistêmica: Somente Deus é maior que o homem. (Gn 1.26)
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”
(Gn 1.26)
O homem, criado à imagem de Deus, é o reflexo de Deus. Significa que o Deus que fala e ouve, o Deus de personalidade, razão, intelecto, etc..., criou o homem com as mesmas características. Todavia, a soma das partes: capacidade de expressão + personalidade + razão + intelecto + etc..., não é maior que o todo.
Já passou o momento do vislumbre com as possibilidades das novas tecnologias. É chegada a hora de recuperar o que ficou esquecido no tempo, a prática dos princípios morais e éticos. O modelo é Jesus: Os dois fundamentos. (Mt 7.24)
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem
prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.”
(Mt 7.24)
Portanto, edifique sua casa sobre a rocha que é Jesus.
Somos justiça de Deus, em Cristo
Manoel Lúcio da Silva Neto é mestre em Engenharia da Produção (Mídia e Conhecimento), autor do livro, Cristologia ao seu Alcance, 2010.












