Lei e Graça

“ Porque o fim da lei é Cristo,
para justiça de todo aquele que crê.”
(Rm 10.4)
“Ouvir a voz de Deus e obedecer”. Os dois grandes segredos da vida cristã. Afinal, "mais importa obedecer a Deus do que aos homens." (At 5.29). Então, prossigamos.
“Não é saber a Palavra de Deus, mas, sim, o que faço com aquilo que já sei.” Trazendo para a Bíblia Sagrada:
“Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.”
(Fl 3.16)
Por que estou dizendo isto? Numa certa oportunidade ouvi de uma profeta de Deus uma palavra que nunca esqueci. No momento, aquelas palavras soaram como que o Espírito Santo estivesse ensinando algo, trazendo paz ao meu coração. Me lembro bem, daquela admoestação do Espírito Santo. A frase era: Lei é lei; graça é graça. Dai porque iniciei com a frase que ouvi e gravei: “Não é saber a palavra de Deus, mas o que faço com aquilo que já sei”. Trazendo para a Bíblia Sagrada aquela admoestação do Espírito Santo, sobre lei e graça:
“ Porque o fim da lei é Cristo,
para justiça de todo aquele que crê.”
(Rm 10.4)
Teologicamente falando, numa rápida reflexão sobre lei e graça, segundo o jus naturalismo (direito natural), a lei divide-se em três segmentos que são categorias de uma mesma lei: Lei moral, lei judicial e a lei cerimonial (os rituais religiosos da época do Antigo Testamento). Enquanto a lei moral foi o alicerce das leis judiciais e das leis cerimoniais, a lei judicial regulamentou as relações sociais no Antigo Testamento. As leis judiciais e as leis cerimoniais do Antigo Testamento, não mais aplicáveis, apontavam para Cristo. Porém, a lei moral permanece vigente até hoje, na perspectiva da "lei do amor" e "da liberdade". Sendo assim, a graça (Jesus) não extinguiu a lei moral, expressão do caráter de Deus, revelado em Jesus.
“A graça do Senhor Jesus Cristo é o reflexo da transformação interior do entendimento e mente humana; e “o pecado não tem mais o domínio
sobre vós.”
(Extraído do livro, Cristologia ao seu Alcance, 2010)
“Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.”
(Rm 6.11-14)
Hoje, não mais precisamos oferecer sacrifícios para o perdão dos pecados, como era no Antigo Testamento, pois, na Cruz, Cristo ofereceu-se à si mesmo como sacrifício perfeito. A obra de Cristo foi suficiente para, de uma vez por todas, nos justificar diante de Deus.
“No Antigo Testamento, os sacrifícios se fundamentavam na ideia da substituição, o sangue de animais mortos era oferecido a Deus, para a expiação dos pecados, levando a culpa dos pecados do povo (Lv 17.11). Mas eram sacrifícios imperfeitos, tipificando o sacrifício único e perfeito, através do sangue de Jesus Cristo vertido na Cruz do Calvário (Hb 9.14).”
(Extraído do livro, Cristologia ao seu Alcance, 2010)
“Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.”
(2 Co 5.21)
É andar de acordo com o que já alcançamos, doutro modo, seria um fardo que não precisamos mais carregar, pois Cristo, na Cruz, já se fez pecado por todos.
Somos justiça de Deus em Cristo
Manoel Lúcio da Silva Neto é mestre em Engenharia de Produção (Mídia e Conhecimento), e autor do livro Cristologia ao seu Alcance, 2010.