A Outra Face

“Eu, porém, vos digo que não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.”
(Mt 5.39)
Este versículo bíblico, como todos os demais ensinos de Jesus no Sermão da Monte, tem sido objeto de várias interpretações. O contexto do versículo é vingança pessoal, combatida por Jesus. Naquele tempo, ferir alguém na face era uma forma de afirmação de autoridade, dominância sobre aquela pessoa, supondo o agressor ser de classe superior ao agredido. Todavia, quando o agredido oferecia a outra face estava demandando igualdade.
Diante da afronta, injustiça, a vontade da carne é revidar, daí ser importante que os filhos de Deus (Jo 1.12) mantenham o espírito no controle das situações, controlando suas reações quando insultados ou agredidos, confiando que Deus agirá em nosso favor. Não se render a vingança pessoal, sendo sábio na forma de reagir às injustiças, de maneira que Jesus seja glorificado em todas as nossas ações e reações.
Não temos justiça própria (Rm 10.3-4), mas sim a justiça que vem de Deus, em Cristo Jesus. Viver plenamente na justiça de Deus é reconhecer que não somos merecedores, que é tudo pela graça de Deus (favor imerecido). Nessa perspectiva, o filho de Deus (Jo 1.12), maduro na fé, pode usufruir plenamente da vida em Cristo. Deus é amor. (1 Co 13. 4-6)
“Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram a que vem de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para a justiça de todo aquele que crê.”
(Rm 10. 3-4)
O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.”
(1Co 13. 4-6)
Creia, e continue declarando essas verdades.
Somos justiça de Deus, em Cristo.
Manoel Lúcio da Silva Neto é mestre em Engenharia de Produção (Mídia e Conhecimento), e autor do livro Cristologia ao seu Alcance, 2010.